Novo caso de infecção humana pelo vírus da gripe aviária H5N1 e disseminação em gado leiteiro nos Estados Unidos
Um novo caso humano de infecção do vírus da gripe aviária H5N1 foi relatado em 1º de abril de 2024 no estado do Texas, nos Estados Unidos. Medicado, o paciente parece estar com a situação de infecção controlada. Ele apresentou sinais de vermelhidão e conjuntivite nos olhos.
O resultado do teste deu positivo para o vírus da gripe aviária H5N1, clado 2.3.4.5.b, que é o mesmo que chegou recentemente à América do Sul no final de 2022, sendo detectado no Brasil em maio de 2023.
A infecção do paciente ocorreu após contato com gado leiteiro infectado. De fato, os animais têm sido infectados pelo vírus H5N1, clado 2.3.4.4.b e 10% deles têm apresentado sinais clínicos da doença. O vírus do paciente foi isolado e teve o seu genoma sequenciado. O segmento cromossômico PB2 do espécime humano apresentou uma alteração do códon codificando para o aminoácido 627 (E627K) em comparação com os genes do segmento PB2 de vírus sequenciado do gado leiteiro do Texas e normalmente encontrados em vírus A (H5N1) que circulam em aves selvagens.
No entanto, esta mutação é comumente encontrada em humanos e outros mamíferos infectados com vírus altamente patogênicos HPAI A(H5N1) e é considerada associada à adaptação de mamíferos porque melhora a atividade da RNA polimerase viral e a eficiência de replicação em células de mamíferos. Com base em estudos experimentais em ratos, porquinhos-da-índia e furões, tem o potencial de influenciar a patogênese ou a transmissão em mamíferos infectados.
Apesar da identificação prévia de PB2 E627K em casos humanos do vírus A(H5N1), não há evidência de transmissão subsequente entre humanos após infecção por vírus contendo esta mutação. É importante notar que esta substituição não foi observada em genes PB2 disponíveis de vírus que circulam em aves selvagens e aves de capoeira ou nos vírus bovinos recentemente descritos e detectados no Texas, sugerindo que a mutação pode ter sido adquirida no paciente durante o desenvolvimento da conjuntivite.