Presença de vírus da influenza aviária H5N1 (clado 2.3.4.4b) no continente antártico e possível distribuição global
A presença do virus aviário da influenza H5N1 (clado 2.3.4.4b) foi detectada no continente antártico. Em outubro de 2023, ele já havia sido encontrado em aves das ilhas Malvinas ou Falklands, e também nas ilhas Geórgia do Sul. No entanto, a detecção do vírus no continente antártico foi confirmada apenas entre o final de janeiro e início de fevereiro de 2024, em 2 aves Skuas encontradas perto da estação antártica argentina. Em março, pesquisadores da estação antártica chilena reportaram a presença do vírus em pinguins Adélie. A preocupação da comunidade científica é grande: como existem grandes concentrações de diferentes populações de pinguins, aves e mamíferos no continente antártico, aumenta o risco de um surto massivo de H5N1 na região com consequências imprevisíveis para estas populações.
No entanto, até o momento, não foi observada morte generalizada de aves e animais. Surpreendentemente, observou-se a presença do vírus em pinguins Adélie saudáveis e também na espécie de ave Cormorant. A presença do H5N1 em aves saudáveis aumenta o risco destes animais serem carreadores para outras comunidades de pinguins e pássaros, possivelmente facilitando sua disseminação inclusive entre os pesquisadores que estão no continente. Diversos projetos foram interrompidos para evitar uma possível infecção dos cientistas com o H5N1.
Atualmente, somente a Austrália e a Nova Zelândia não reportaram a presença deste vírus. Se o H5N1 clado 2.3.4.4b for detectado neste países, este vírus terá finalmente uma distribuição global.
FONTE: Stokstad E (2024) In Antarctica, scientists track a dangerous bird flu. Science, 383(6689):1281. doi: 10.1126/science.adp3271.